09 dezembro 2014

Presença

O que está dentro é o que está fora.
O que está fora é o que está dentro.
E entre o que está dentro e o que está fora estou eu.
E entre o que está fora e o que está dentro estou eu.
Porque eu não estou fora nem dentro, nem dentro nem fora, mas sem mim nada estaria dentro, e sem mim nada estaria fora.

Eu sou a fronteira.

Eu sou a superfície.
Eu sou a barreira.
Sou o artífice.
Sou fronteira sem guarda.
Sou superfície rugosa e permeável.
Sou barreira dos sentidos que em mim esbarram para entender, com artifícios que só permitem ouvir, tocar, cheirar e ver.


Sei o que está fora e não conheço o que está dentro.
Sem mim sou dentro e fora.

Num lugar sem espaço, num instante sem tempo.

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