Aprecio o belo. A estética diz-me muito, porém não me considero fútil.
De todo.
Sinto-me capaz de apreciar o feio. Aprecio o belo no belo. Aprecio o belo no feio. Não o feio que depende dos gostos, das sensibilidades, de modas ou humores, mas o genuinamente feio. Aquele feio que o é na sua génese e que o será na sua eternidade. O feio consciente.
Mas não fui dotado de mecanismos que me permitam transpor os sentimentos que me assolam para palavras. Lamento. Apenas escrevo o que sinto. E apenas o consigo escrever de uma forma pouco inteligível. Até mesmo para mim.
Sou frequentemente assoberbado por enxurradas de emoção que provocam em mim a necessidade de partilha. E faço-o. Sem pudor, sem medo nem vergonha. Sou um mero veículo de emoções que fluem por entre os meus dedos, muitas vezes sem que eu sequer dê por elas.
Serei um esteta? Talvez.
Acima de tudo sou punk.
Sem crista nem blusão de cabedal.
Sem picos nem a cheirar mal.
Porque ninguém sentiu nunca mais do que os punks.
E eu sinto.
Para viver.
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